Polícia prende acusado de espancar travesti
Em ação rápida, policiais militares chegaram ao homem, que já tem histórico de agressão a travestisDivulgação
Carlos Augusto Jeronymo Pinto foi preso acusado de espancar uma travesti
Carlos Augusto Jeronymo Pinto foi preso acusado de espancar uma travesti*Atualizado às 14h18
A travesti Evelyn Über esperou 30 horas para ser encontrada e socorrida após ser brutalmente espancada. Contudo, graças a um trabalho ágil da Polícia Militar, esperou apenas cerca de 12 horas para identificar seu agressor.
A travesti Evelyn Über esperou 30 horas para ser encontrada e socorrida após ser brutalmente espancada. Contudo, graças a um trabalho ágil da Polícia Militar, esperou apenas cerca de 12 horas para identificar seu agressor.
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Na madrugada de quinta para sexta-feira, o tenente Arashiro e os soldados Vissotto, Gilberto e Salles, todos da Base Leste, prenderam Carlos Augusto Jeronymo Pinto, 31 anos, acusado de agredir Evelyn com facadas no pescoço, chutes na cabeça e socos na cara.
Ao meio dia, o Plantão Judiciário de Bauru emitiu o mandado de prisão temporária para Carlos Augusto, que será transferido ainda neste sábado (11) para a Penitenciária de Duartina (50 km de Bauru), onde ficará detido por tempo indeterminado aguardando o julgamento.
Investigação
A prisão do acusado contou com um trabalho de investigação intenso dos policiais militares. Com a informação dada pela vítima de que o agressor teria atolado o carro e chamado um guincho após as agressões, os policiais fizeram diversos contatos e receberam a informação de que um carro com as características do acusado (Corsa prata) estaria numa oficina no Bela Vista.
Ao chegar ao local, foi confirmado que o carro passou pela oficina (com vazamento de óleo), mas não estaria mais por lá. Os policiais receberam, então, o endereço de um sítio em Duartina. Rumaram para o local, mas foram informados pelo caseiro de que o proprietário e o carro não estavam por lá.
Nova pista, agora, que levava até a residência do acusado, no Andorinhas. Ao chegar lá, os policiais encontraram o carro. O acusado, porém, não estava em casa. Em conversa com a mãe do suposto agressor, os policiais foram juntando peças. Nesse tempo, Carlos Augusto Jerônimo Pinto chegou, demonstrando muito nervosismo. Foi levado até o Plantão Policial, quando foi reconhecido por Evelyn e preso em flagrante.
“A ação toda durou das 18h até por volta da meia-noite”, explica o soldado Salles. “Foi muito importante pra nós darmos essa resposta imediata à sociedade”, completa o tenente Arashiro.
O presidente da ABD (Associação Bauru pela Diversidade), Markinhos Souza, acompanhou Evelyn no reconhecimento ao agressor e elogiou o trabalho da PM. “Sempre que precisamos, os policiais militares nos ajudam prontamente. Essa prisão em tempo recorde vai servir de exemplo para todo o país, já que vemos diversos crimes de homofobia demorarem para ter uma conclusão”, opina.
Histórico
Carlos já teria participado de agressões a outros travestis. Segundo informações preliminares da PM, ele teria agredido outros dois transexuais na cidade. Além disso, Carlos também tem passagem pela polícia e deixou recentemente a cadeia.
Doação
Por conta do choque e das agressões, Evelyn ainda não tem conseguido andar. Por isso, parentes e amigos pedem a doação de uma cadeira de rodas neste período de recuperação. Quem puder ajudar pode ligar no telefone (14) 3203-7560 e falar com Simone.
Relembre o caso
Evelyn fazia ponto próximo ao Confiança Flex quando entrou em um Corsa na cor prata na madrugada de quarta para quinta-feira. Não voltou para casa, o que deixou colegas e família em alerta – um boletim de ocorrência de desaparecimento foi lavrado na delegacia.
Na sexta-feira pela manhã, amigos e integrantes da ABD começaram a procurar Evelyn e foram avisados, por um motoqueiro, de que ela estaria em um matagal, perto do motel Eros. Evelyn estava toda machucada, sem condições de andar e com ferimentos de faca no pescoço.
Foi levada ao pronto-socorro, onde foi medicada e contou a agressão. Diz ter sobrevivido porque se fingiu de morta e que até acabou comendo mato para sobreviver ali. Foram 30 horas de agonia.
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